Disque 9 - 3° parte


Estava obcecado por ela e foi a primeira vez que admitiu.
Quando abriu os olhos aquela manhã e seu olhar encontrou o olhar dela as vespas em sua alma começaram a se assanhar causando-lhe angustia e desespero, agonia e até um pouco de dor.
Ela não estava lá e sua lembrança em forma de perfumes e vozes o perseguia fantasmagoricamente...
Estava obcecado por ela e a deixou partir...
No trabalho não se concentrou.
Todos os números eram o número dela e em seu maling todas os contatos tinham o nome dela, sua tela era um borrão em formato do rosto dela.
Antes de mais uma ligação muda deixou seu posto e correu até o corredor. Desceu as escadas, saiu pela garagem. A luz do sol e o dia tinham o brilho dela.
Estava doente, faminto por ela.
Na rua correu o mais rápido que pode até alcançar o ônibus que levava a ela.
A demora do percurso só aumentava sua vontade por ela.
Desengonçado na cadeira, suas costas doíam, sua alma doía, as palavras doíam... Tudo o que ele disse doía, toda dor vinha do choro dela.
Pensou em ligar, não chegaria a tempo. Pensou em ligar e dizer pedir que ficasse, mas com que argumentos?
As idéias embaralhadas não lhe davam norte algum.
Chegando ao aeroporto uma multidão o recepcionou.
Correu pelo saguão até o balcão de embarque.
Foi quando percebeu que sequer sabia onde ela iria, sequer sabia por onde começar...
(continua, é claro!)

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